Tomando como base os Estudos de Gênero, com foco questões da identidade esse artigo busca explicar o enfoque teórico do feminismo transnacional, passando pelas principais teorias feministas e sua importância dentro dos estudos de Relações Internacionais.
Os estudos feministas dentro da academia de Relações Internacionais têm um impacto limitado, uma vez que são tratados por acadêmicos como críticas as teorias existentes. Para a grande maioria de teóricos de Relações Internacionais os estudos feministas não trazem contribuições relevantes. Entretanto, nota-se que os estudos feministas fomentam o incômodo dos teóricos clássicos pois suas teorias costumam responder questões ultrapassadas e não os questionamentos atuais da sociedade.
O feminismo transnacional se fundamenta no período histórico do pós-guerra, trazendo contribuições para o feminismo dentro da academia de Relações Internacionais, como por exemplo, no que corresponde aos estupros sofridos por mulheres por conta de bases militares de países imperialistas fixadas em países que perderam a Segunda Guerra Mundial. Portanto, o feminismo buscará trazer justiça para essas mulheres em um ambiente transnacional. Se opondo a primeira onda feminista que lutavam pela igualdade dos direitos políticos e eram na sua maioria de classe média, o feminismo transnacional vai se encontrar no movimento interseccional dentro dos estudos de gênero. Buscando maior igualdade econômica e política, que até então pra estas mulheres.
Buscando maior igualdade econômica e política, que até então, pra estas mulheres, não existiam, pois o eurocentrismo, a cultura ocidentalizada e o capitalismo patriarcal trouxeram profundas desigualdades para a suas realidades. Para essas mulheres o domínio masculino vem da sociedade capitalista e imperialista (ABU-LUGHOD, 2013).
Segundo Nancy Fraser (2007), uma das percursoras da teoria feminista transnacional, colocará o neoliberalismo como um grande inimigo da busca pela igualdade das mulheres, elas buscam os espaços transnacionalizados para estenderem suas bandeiras e lutarem por igualdade. A perspectiva feminista e política se entrelaçam, formando somente uma epistemologia entendendo que a globalização fez com que os sistemas políticos e econômicos das grandes hegemonias no sistema internacional colabora para que as mulheres, principalmente em países pobres, estejam cada vez mais vulneráveis dentro do sistema internacional como um todo, uma vez que os Estados em que habitam estejam a mercê do imperialismo velado de outros estados, estas mulheres e o próprio Estado não possui condições de lutar contra as violências e desigualdades de gênero que são promovidas pelo capitalismo patriarcal. Para o feminismo transnacional a injustiça com relação ao gênero ultrapassa os limites fronteiriços e abarca conexões sociais transnacionais. O que colabora com a vulnerabilidade seria o resultado das decisões tomadas em uma esfera estatal e não estatal; mulheres do mundo todo estão expostas a todas de decisões estabelecidas dentro de uma única fronteira; e por fim, as decisões e medidas públicas extrapolam o limite do Estado. Os aspectos trazido pela transnacionalidade faz com que as desigualdades de gênero se acentue cada vez mais, portanto, para as feministas transnacionais garantir a justiça social é essencial para que estejam sobrepostas a transnacionalidade.
Os movimentos transnacionais, em um mundo globalizado, formam opressões no sistema internacional, a partir disso a luta do feminismo transnacional é auferir justiça social para mulheres vulneráveis dentro do sistema hegemônico e globalizante.