Nos últimos tempos, assistimos a um recrudescimento da cooptação e apropriação da palavra e do conceito de género para outros fins que nada têm a ver com a transformação social pela qual gerações de feministas têm vindo a lutar. Para além de desnormalizar a discriminação, as opressões e os privilégios que existem com base em diferentes identidades sexuais e expectativas construídas à sua volta, e de reactivar o potencial do conceito de género para a transformação política e emancipatória do nosso mundo, este ensaio, um ensaio feminista sobre género também reforça a afirmação de que não há Justiça Social sem Justiça de Género, realça a interdependência constitutiva entre Sociedade, Justiça e Género e apresenta propostas de caminhos que podem ser adoptados para forjar todos os dias, um caminho que se constrói no caminho, compromissos mútuos que articulam ideias e ideais; diálogos e colaborações para alcançar bens que são comuns e os resultados que irão beneficiar a todos. Este ensaio é o resultado de uma série de reflexões sobre o género Repensar Género e uma expressão do nosso compromisso com uma visão feminista de Moçambique e do mundo e com as transformações necessárias e urgentes.